Fleabag olha para a rua deserta de Londres, as luzes do tráfego se tornam pequenos borrões diante de seus olhos, porque ela está chorando. Ela chegou tão perto dessa vez, o amor estava tão alcançável, ela podia sentir tudo que estava por vir, mas ele não a escolheu, ele escolheu ele mesmo e suas convicções. Ele é o cara mais maravilhoso que ela já conheceu e ela sabe que nunca mais encontrará uma peça que se encaixa tão perfeitamente a ela. Ela sabe disso, ela chora por isso.
O padre saiu caminhando sem saber o que fazer com aquele sentimento invadindo seu coração, ele também ama ela, droga, ele também ama ela, ela não tinha o direito de fazer aquilo com ele, ou será que foi ele mesmo que fez aquilo com ele?
De repente, seu estômago reage, pequenas borboletas começam a flutuar dentro dele e ele percebe que deixar Fleabag sentada naquele ponto de ônibus foi um erro, ele sabe que precisa fazer isso, ele sente que se não correr atrás dela neste segundo, ele se arrependerá pelo resto de sua amargurada e solitária vida.
Fleabag continua caminhando, mas desiste de andar quando percebe que não sabe para onde está indo. Exausta, ela se senta na calçada esperando por uma luz, por uma ideia do que fazer com a própria vida. Ela enxuga os olhos e quando faz isso percebe que o Padre está correndo feito um louco em sua direção. Fleabag deixa a estátua no chão e se levanta, esperando que o Padre fale alguma coisa, mas ele a toma para si, beija sua testa, seus olhos, seu nariz e finalmente seus lábios. Eles ficam abraçados durante um bom tempo, enquanto pessoas curiosas passam observando.
De repente, o Padre levanta os olhos na direção de Fleabag e ele sabe, ele sente no mais intimo de seu coração que ele está fazendo a escolha certa, que ela é o amor da sua vida. Ele pega suas mãos, fica de joelhos e pergunta: quer ir para a casa comigo?
Fleabag se ajoelha também, beija os lábios do padre mais uma vez e reponde: eu tenho esperado por isso a minha vida toda.
(…)
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