Às vezes o cotidiano me assusta.
O pulmão habituado das pessoas, respirando.
Às vezes o cotidiano me assusta.
O café em cima da mesa, esfriando.
Às vezes o cotidiano me assusta.
Pessoas preocupadas passando por aqui.
Às vezes o cotidiano me assusta.
Pessoas cansadas que não têm para onde ir.
Às vezes o cotidiano me assusta.
A tv ligada, na janela o clarão.
Às vezes o cotidiano me assusta.
Mas eu não costumo assistir televisão.
Às vezes o cotidiano me assusta.
A noite fria, escura, sem luar.
Às vezes o cotidiano me assusta.
O silêncio abaixo das estrelas, o nosso lar.
Às vezes o cotidiano me assusta.
E não há nada que eu possa fazer, além de sentir.
Às vezes o cotidiano me assusta.
Porque um dia ele vai deixar de existir.
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Foto de Danya Gutan no Pexels