Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Tudo em todo lugar ao mesmo tempo

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo me emocionou. E não foi uma emoção reprimida. Não, eu chorei igual uma maluca. Afinal de contas, é um filme engraçado sobre o multiverso, por que eu chorei assim? O filme conta a história da imigrante chinesa Evelyn Wang em uma luta constante para manter sua lavanderia longe do fracasso enquanto se desgasta ainda mais para conseguir manter seu casamento vivo. Durante uma reunião com uma auditora da receita federal, uma fenda no multiverso se abre, fazendo com que Evelyn consiga explorar várias versões de si mesma enquanto tenta salvar o mundo.

O filme é uma loucura de vidas não vividas sendo conhecidas pela primeira vez. Tudo corre pra isso, para uma possibilidade atrás da outra, para um propósito de salvamento de mundo, para um jeito de lidar com tudo isso. Quando Evelyn se perde nessas infinitas vidas, tudo o que ela mais quer é voltar pra casa, para sua lavanderia falida, para seu casamento quase destruído e para seu relacionamento complicado com a filha.

Mas no meio dessa loucura, existe uma coisa que todos nós temos em comum: a dor de suportar o peso da própria existência. Todo mundo que entendeu o filme se identificou com a Evelyn. O fracasso, a falta de dinheiro, o casamento indo pelo ralo, cobrança externa e interna, relacionamentos complicados. Tudo pelo o que a Evelyn está passando é o suficiente para deixar qualquer pessoa maluca e nós, aqui na vida real, lidamos com tudo isso e mais um pouco, porque desistir, na maioria das vezes, não é uma opção.

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Tudo em todo lugar ao mesmo tempo

Viver é muito difícil, o peso da existência fica mais pesado a cada ano que passa e nós não sabemos o que fazer com o medo ou com a dor. Se pudéssemos, será que mudaríamos de vida? Será que isso resolveria tudo? Será que viveríamos melhor se pudéssemos ser pessoas diferentes, com corpos diferentes, vivendo em casas diferentes, com pessoas diferentes?

A resposta é um grande e redondo não. Nós não seríamos mais felizes se pudéssemos viver uma vida diferente, porque o peso da existência estaria lá também, nos cobrando, nos mostrando que não existe uma saída alternativa, que viver, seja qual vida for, é difícil pra caramba.

A Evelyn viveu dezenas de vidas, mas tudo o que ela mais queria era voltar para a vida que ela achava que não queria, para a lavanderia, para o marido, para a filha. Ela queria consertar o que ela tinha, porque em todos os universos existiriam coisas quebradas e em todos os universos ela seria responsável por fazer esse conserto.

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo emociona pela simples fato de mostrar em tela o que existe na vida real, a dor e o desespero de ter que seguir em frente, mesmo quando tudo está desmoronando, porque mesmo que existissem vidas alternativas, os problemas seriam os mesmos.

Heróis ou não. Famosos ou não. Ricos ou não. Nada importaria no final das contas, porque seríamos nós mesmos em todas essas possíveis vidas. E quando o cansaço dessa grande aventura enfim chegasse, nenhum de nós ficaria satisfeito vivendo uma vida diferente. Nós provavelmente lutaríamos para voltar para a casa, porque esse parece ser sempre o maior objetivo das nossas vidas.

Confira o trailer:

Você pode assistir Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo na Amazon Prime.

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