Hoje o mundo acordou com a notícia de que o cantor Chris Martin da banda Coldplay está lutando contra a depressão. O cantor fez um vídeo falando sobre isso e contando quais exercícios ajudam quando ele precisa fazer turnê.
Quando eu vejo esse tipo de notícia, eu sempre fico me perguntando se ter depressão está intimamente ligado com a condição humana. Ricos, pobres, homens, mulheres, crianças, todos com algo em comum, a capacidade de desenvolver a depressão ao longo da vida.
Ao pensar sobre isso, eu sempre chego na mesma conclusão, as pessoas não têm depressão porque são fracas, mas porque são fortes demais ao longo da vida e isso mata qualquer pessoa por dentro.
Traumas de infância, abusos, condições financeiras, cansaço, vazio existencial, disfunções hormonais, qualquer coisa pode ser o estopim para a depressão, mas eu acho que ninguém fala sobre o mais importante: o despertar para o quanto nada ao nosso redor faz sentido.
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E não interessa se você acordou para o fato de que o mundo é uma grande piada cósmica, você tem que seguir em frente, como se no final da sua trajetória na Terra você fosse obter algum tipo de resposta.
De um lado, temos o trabalho, a família, as horas extras para pagar as contas, o aluguel atrasado, a falta de propósito. Do outro, temos a fama, o sucesso, o tapete vermelho, os prêmios, as viagens, o propósito. Cada um em um universo diferente, ambos decepcionados com a vida, porque um dia ela acaba e com esse grande final vem a inexistência de todas as coisas.
Talvez você me diga que não concorda com nada que eu disse e eu vou dizer que você está exercendo o seu direito de discordar. Mas na minha opinião, ter depressão está, sim, ligado intimamente com a condição humana e sentir dor pelo simples fato de existir neste Universo tão vasto faz parte da vida de seres tão pequenos como nós, seres que não pediram para nascer e ter conhecimento de nada disso, seres que só querem entender porquê estão aqui.
Nada nunca será capaz de preencher o vazio da falta de respostas e a falta de respostas será o nosso fim.
Foto de cottonbro studio
Foto de Evelyn Chong
