As marcas no rosto são um
reflexo da vida.
Vivida através dos anos.
Tantas perdas.
Não sei como aguentamos
tantos (d)anos.
As canções, os amores, a morte.
Tantas lutas.
Mas sempre existe uma música
tocando.
Uma dança, uma poesia, um sonho.
Grandes o suficiente para nos
fazer continuar.
De qualquer forma, tudo passa.
Nós também passamos.
Desaparecemos.
Como a neblina da madrugada
se dissipa pela manhã.
Nós também dissipamos.
Vivemos esperando por algo
que não sabemos o que é.
Corremos atrás de dinheiro.
Mas nada consegue nos
satisfazer.
Nem todo sexo do mundo.
Vivemos inquietos.
Esperando pelo que virá.
De qualquer forma, desaparecemos.
Ele disse que seria assim.
Nossas inquietações não duram
oitenta anos.
Essa angústia perpétua um dia
terá fim.
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Foto de Paweł L.