Quando chove é sempre assim.
O barulho, o cheiro, o vento.
Detalhes de uma tempestade
impetuosa que não tem a menor
intenção de parar.
Quando eu olho para as janelas
iluminadas, é sempre assim.
Familiaridade, cotidiano, risadas.
Pessoas espalhadas pela calçada, rindo
de uma piada contada que, de longe,
eu não consigo escutar.
Quando eu choro é sempre assim.
Água salgada, cheia de mágoa.
Dor no peito que nem toda água
salgada do mar, faria cessar.
Quando anoitece é sempre assim.
Silêncio, cansaço, sono.
Pensamento acelerado que
durante a madrugada não dá
para evitar.
Quando eu vivo é sempre assim.
Expectativa, medo, desilusão.
Dor, amor, continuação.
Particularidades de uma vida que
não dá para evitar.
Estranheza, mesmo vivendo a tanto
tempo neste lar.
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Foto de Mathias P.R. Reding no Pexels