Escrever poesias sempre foi um mistério pra mim. Você coloca em palavras coisas que você nem sabe que está sentindo. Sentimentos enterrados debaixo da “fantasia” de pessoa forte, dores, solidão, tudo o que a sua mente tenta deixar lá no fundo do seu subconsciente vem à tona quando você decide escrever uma poesia.
Eu, particularmente, gosto muito de escrever poesias. Isso me ajudou muito durante a pandemia. Era a única forma de expressar tudo o que eu estava sentindo, já que chorar, às vezes, parecia uma atitude muito drástica.
Enfim, sempre que eu posso, sempre que eu sinto que preciso colocar algo pra fora, eu escrevo uma poesia. Escrevi mais uma do decorrer dessa semana e resolvi postar aqui no blog. Espero que você goste.
Leia também a poesia: O Nunca Mais é um Nunca Mais.
Às vezes me dá um certo desespero.
O azul do céu, os fios dos postes.
A chuva molhando o chão.
Às vezes me dá um certo desespero.
Como um vazamento dentro do meu coração.
Como em Lost In Translation.
Como o Bill Murray chegando no Japão.
Tudo brilha na retina dos meus olhos.
Como a cidade brilhando para a Scarlett no meio da multidão.
Eu queria desaparecer entre as pessoas que estão caminhando.
Para onde elas vão é onde eu queria estar.
Eu não consigo aceitar a maioria das coisas.
Me sinto sozinha como o Bill bebendo de madrugada naquele bar.
Mas não existe saída.
Eu vivo dizendo isso por aqui.
As luzes coloridas dos carros brilham.
Elas estão sempre sorrindo pra mim.
O frio congela os meus ossos.
Eu sei que é hora de dormir.
Mas eu só consigo pensar em Tokyo.
E em todas as grandes cidades que eu nunca vi.
E existe um desespero silencioso.
Gritando por onde quer quer eu vá.
Pessoas de almas atormentadas.
Esperando por algo que nunca virá.
Como em Lost In Translation.
Como o Bill Murray chegando no Japão.
Existe um desespero silencioso.
Eu não consigo aceitar as coisas como elas são.
Viu como os sentimentos veem à tona quando colocamos nossas mãos para escrever o que está dentro do nosso coração. Pra maioria das pessoas o que a gente escreve pode não fazer sentido justamente por ser algo pessoal. A poesia é sempre pessoal para quem a escreve. Mas isso não significa que outras pessoas não irão se identificar e essa é a magia de escrever uma poesia ou um texto pessoal, sempre existirão pessoas no mundo se sentindo como você e essas pessoas sempre te encontrarão de alguma forma.
Você já pensou em escrever para colocar os seus sentimentos pra fora? Por que nunca escreveu? Me conta aqui nos comentários.
Foto de Khoa Võ
Foto de Isabelli Pontes
Foto de Brett Jordan
