Às vezes eu queria ser uma estrela ou uma constelação inteira, algo que permanecesse por muitos e muitos anos. Algo que estivesse sob controle. Algo que não mudasse. Algo constante. Mudanças sempre me assustam. Sempre. É como se a minha vida fosse roteirizada. Como se eu fosse feliz e completa por apenas existir em um local seguro onde eu conheço cada detalhe e sei exatamente como dar o próximo passo.
É tão seguro e acolhedor ter controle sobre as situações. Tudo segue conforme o meu ritmo e tudo é milimetricamente desenhado para caber dentro da minha realidade. Isso é bom. Ter controle. Ter controle sobre tudo ao meu redor. Ter controle é bom, não é?! Conhecer, pertencer. Tudo isso é ótimo, mas de alguma forma também não é ótimo, na verdade é péssimo, então nós voltamos para a estaca zero novamente.
Eu queria ser diferente, queria ser mais aberta para as mudanças. Queria não me importar com nada e com ninguém, mas de alguma forma fui feita assim e não há nada que eu possa fazer. Terapia ajuda, é claro, mas sempre existirá dentro de mim uma constante luta entre o conhecido e o desconhecido. Por melhor que o novo seja, ele sempre me assustará. Será que o medo constante do fracasso acompanha todas as pessoas que vivem aqui na terra?
Às vezes eu queria ser uma estrela ou uma constelação inteira, algo que permanecesse por muitos e muitos anos. Algo que estivesse sob controle. Algo que não mudasse. Algo constante. Constante – que não muda, inalterável, invariável, fixo. Mas os seres humanos precisam mudar, se adaptar, viver independente de como as coisas estejam. Não existe controle para nós, existe apenas o medo, o medo do que as mudanças podem trazer. Existe apenas o medo que as coisas saiam do nosso suposto controle. Suposto controle. Existe apenas o medo.
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