O céu está azul, azul marinho, profundo como o oceano mais profundo. Da janela do meu quarto eu vejo um barco no céu, o vento balança as velas, enquanto ele segue para a terra do nunca.
O céu está azul, azul claro, sereno como o oceano mais profundo. Da janela do meu quarto eu já não vejo mais o barco no céu, sinto apenas o vento que balançou as velas e ajudou o barco a chegar na terra do nunca.
As primeiras estrelas aparecem no céu. Da janela do meu quarto eu vejo o cotidiano. O amor. A pressa. O desespero. A vida atribulada de quem cresceu e já não pode mais voltar para a terra do nunca.
O céu está azul, azul pálido, calmo como o oceano mais profundo. Da janela do meu quarto eu vejo a vida. Por que é tudo tão injusto? Por que nós sentimos falta de coisas que nós nunca experimentamos. Por que nós não podemos voltar para a terra do nunca?
Porque nós crescemos e sofremos. Porque nós nos machucamos e nos decepcionamos. Porque a vida não saiu como nós planejamos e porque a fé que nós perdemos era a única forma de nos levar até lá.
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Foto: Pixabay