Sensações de vazio, fadiga, medo, depressão, fragilidade, bloqueio e falta de criatividade são sintomas cada vez mais frequentes entre as mulheres modernas, assoberbadas com o acúmulo de funções na família e na vida profissional. Esse problema, no entanto, não é recente, acredita a psicóloga junguiana Clarissa Pinkola Estés, autora do livro Mulheres que correm com lobos. Ele veio junto com o desenvolvimento de uma cultura que transformou a mulher numa espécie de animal doméstico.
Através da interpretação de 19 lendas e histórias antigas, entre elas as de Barba-Azul, Patinho Feio, Sapatinhos Vermelhos e La Llorona, a autora identifica o arquétipo da Mulher Selvagem ou a essência da alma feminina, sua psique instintiva mais profunda. E propõe o resgate desse passado longínquo, como forma de atingir a verdadeira libertação.
Técnicas da psicologia junguiana e algumas formas de expressão artísticas ligadas ao corpo podem ajudar na tarefa, mas a compreensão da natureza dessa mulher selvagem, com todas as características de uma loba, é uma prática para ser exercida ao longo de toda a vida.
As melhores frases do livro Mulheres que correm com os lobos:
“Vá para a floresta, saia. Se você não sair para a floresta, nada acontecerá e sua vida nunca começará.”
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“Embora os contos de fadas terminem depois de dez páginas, nossas vidas não. Somos conjuntos de vários volumes. Em nossas vidas, mesmo que um episódio seja um desastre, sempre há outro episódio esperando por nós e depois outro. Sempre há mais oportunidades para acertar, para moldar nossas vidas da maneira que merecemos. Não perca seu tempo odiando um fracasso. O fracasso é um professor melhor do que o sucesso.”
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“Embora sua alma deseje falar a verdade, ela é pressionada a ficar em silêncio.”
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“Já vi mulheres insistirem em limpar tudo em casa antes de sentar para escrever. E sabe que é uma coisa engraçada? A arrumação da casa nunca acaba. Maneira perfeita de parar uma mulher. Uma mulher deve ter cuidado para não permitir que excesso de responsabilidade (ou excesso de respeitabilidade) roube seus descansos criativos, riffs e êxtases necessários. Ela simplesmente deve colocar o pé no chão e dizer não a metade do que ela acredita que deveria estar fazendo. A arte não foi feita para ser criada apenas em momentos roubados.”
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“Aprendi sobre a arte sagrada da autodecoração com as borboletas monarcas empoleiradas no topo da minha cabeça, vaga-lumes como minhas joias noturnas e sapos verde-esmeralda como pulseiras.”
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“Quando uma mulher está congelada de sentimentos, quando ela não pode mais sentir a si mesma, quando seu sangue, sua paixão não atinge mais as extremidades de sua psique, quando ela está desesperada, então uma vida de fantasia é muito mais prazerosa do que qualquer outra coisa que ela possa almejar. Suas pequenas luzes de fósforo, por não terem lenha para queimar, queimam a psique como se fosse um grande tronco seco. A psique começa a pregar peças em si mesma; vive agora no fogo da fantasia de todos os anseios realizados. Esse tipo de fantasia é como uma mentira: se você a contar com bastante frequência, começará a acreditar.”
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“Todos os “não estou pronto”, todos os “preciso de tempo” são compreensíveis, mas apenas por um curto período. A verdade é que nunca há um “completamente pronto”, nunca há realmente um “momento certo”.
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“Amar significa abraçar e ao mesmo tempo suportar muitos finais e muitos começos, tudo no mesmo relacionamento.”
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“Ser forte não significa desenvolver músculos e flexionar. Significa ir ao encontro da própria numinosidade sem fugir, viver ativamente com a natureza selvagem à sua maneira. Significa ser capaz de aprender, ser capaz de suportar o que sabemos. Significa permanecer e viver.”
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“A curiosidade das mulheres recebeu uma conotação negativa, enquanto os homens foram chamados de investigativos. As mulheres eram chamadas de intrometidas, enquanto os homens eram chamados de curiosos. Na realidade, a banalização da curiosidade das mulheres, de modo que pareça nada mais do que uma bisbilhotice cansativa, nega a perspicácia, os palpites e as intuições das mulheres. Ele nega todos os seus sentidos. Ele tenta atacar seu poder fundamental.”
Autora: Clarissa Pinkola Estés
Editora: Rocco
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