Anna e o beijo francês
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Anna e o beijo francês

Sinopse:

Anna Oliphant tem grandes planos para o seu último ano em Atlanta: sair com a melhor amiga, Bridgette, e namorar com um colega no cinema onde trabalha. Por conseguinte, não fica muito contente quando o pai a envia para um colégio interno em Paris. As coisas começam a melhorar quando ela conhece Étienne St. Clair, um rapaz deslumbrante – que tem namorada. Ele e Anna tornam-se grandes amigos e as coisas ficam infinitamente mais complicadas. Anna irá conseguir um beijo francês? Ou algumas coisas não estão destinadas a acontecer?

Meu trecho preferido do livro Anna e o beijo francês:

O cinema é escuro, exceto pelo piscar preto, branco e cinza na tela. (…)
St. Clair ri.
É estranho, mas eu me pego distraída o tempo todo pelo branco dos seus olhos na escuridão, por uma parte encaracolada do seu cabelo fora do lugar, pelo suave aroma do seu desodorante. Ele me cutuca devagarzinho oferecendo o descanso de braço, mas eu o recuso e ele o toma para si. Seu braço está próximo ao meu, um pouco erguido. Olho para suas mãos. As minhas são pequenas, comparadas às suas mãos grandes, ossudas. E, de repente, sinto vontade de tocá-lo.
Não um empurrão ou até mesmo um abraço amigável. Quero sentir as dobras em sua pele, ligar suas sardas com linhas invisíveis, passar os dedos no seu pulso. Ele se move. Tenho a estranha sensação de que ele me percebe da mesma forma. Não consigo me concentrar. Os personagens do filme estão brigando, mas, embora tente, não sei o porquê. Por quanto tempo não prestei atenção?
St. Clair tosse e se move de novo. Sua perna encosta na minha. E ficam lá. Estou paralisada. Eu deveria movê-la; parece tão artificial. Como ele pode não notar que sua perna está tocando a minha? Pelo canto do olho, vejo o perfil do queixo e do nariz dele e — oh, meu Deus — a curva dos lábios. Aí está. Ele olhou para mim. Eu sei que olhou. Mantenho os olhos na tela, tentando ao máximo mostrar que estou verdadeiramente interessada no filme. St. Clair enrijece, mas não move a perna. Ele está prendendo a respiração? Acho que sim. Eu estou prendendo a minha. Respiro e me encolho — é tão alto e artificial. De novo. Outra olhada. Desta vez eu me viro automaticamente no momento em que ele está virando de volta. É uma dança, e agora há um sentimento no ar como se um de nós devesse dizer alguma coisa. Concentre-se, Anna. Concentre-se.
— Você gosta? — sussurro. Ele faz uma pausa. — Do filme? Agradeço que as sombras escondam meu rubor.
— Gosto muito — ele diz.
Arrisco um olhar e St. Clair me olha fixo. Profundamente. Nunca tinha olhado para mim desse jeito. Viro-me antes, e então sinto-o virar algum tempo depois. Sei que ele está rindo, e meu coração acelera.

Autora: Stephanie Perkins
Editora: Leya

Foto de Pavel Danilyuk

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