Eu ainda estou tentando processar o que eu assisti, é sério, que filme incrível! Eu não sei se você já fez terapia, mas sabe quando o psicólogo faz você chegar à conclusão do porquê determinada coisa está acontecendo com você e você volta para a casa pensando naquilo como se você tivesse descoberto o propósito da vida? Foi essa sensação que o filme A química que há entre nós deixou em mim.
Não espere que o filme trate o amor como a maioria dos filmes hollywoodianos fazem, com cavalos brancos e fogos de artifícios. Não. A química que há entre nós é sutil como uma pena voando solta pelo céu azul de verão, mas a mensagem que o filme traz não é nada sutil e fica nas entrelinhas, esperando o momento certo para se tornar uma granada e bombardear os corações que estão prontos para tal bombardeio.
A trama acompanha, Henry Page (Austin Abrams) um jovem que se vê como uma pessoa romântica, mas nunca se apaixonou. Enquanto isso não acontece, ele se vê feliz em colocar sua atenção para se tornar finalmente o editor do jornal da escola que frequenta. Mas, no primeiro dia do seu último ano, ele conhece a jovem Grace Town (Reinhart) e tudo aquilo que ele achava que sabia será mudado.
O filme aborda a vida de uma forma tão leve, mas ao mesmo tempo tão pesada, que faz com que a nossa atenção se volte completamente para a história. Nós queremos mais, mais realidade, mais dor, mais sofrimento e mais confusão. Queremos mais respostas, poemas, palavras e superação. Um misto de sentimentos. Uma paleta repleta de cores. Um céu completamente estrelado. Uma sorveteria que só tem os melhores sabores.
Um jovem escritor que se apaixona. Uma menina traumatizada por um acidente fatal. Pais com um casamento perfeito. Uma irmã com o coração partido tentando voltar ao normal. Por que eu ainda estou aqui? Nasce a partir daí um encontro entre todos os belos detalhes que farão com que o filme se transforme em um espelho, pelo qual você enxergará sua própria história, talvez um pouco diferente da história de Henry e Grace, mas com a mesma quantidade de infelicidades que a vida fez questão de nos apresentar.
Ser jovem dói, ser adulto dói, ser um ser humano dói, viver dói. Sempre viveremos no limbo porque, talvez, o limbo faça parte de nós. Indecisão. Medo. Perda. Luto. Seremos, para sempre, uma tela que um dia foi branca, pura e cheia de luz. Até que um belo dia alguém resolveu parar e fazer um desenho em nós, a partir daí nunca mais fomos os mesmos, porque por mais que o desenho tenha sido apagado, sempre existirão resquícios do que um dia existiu, marcas, cicatrizes, pessoas que farão parte de nós para sempre.
Faz um favor para sua alma e assista a essa trama maravilhosa. Mas sem pressa e sem conclusões precipitadas. Apenas assista. Reflita. Apreciando cada pequeno detalhe desse filme tão doído, mas imensamente real. Você terminará o filme com a sensação de que a vida resolveu te dar algumas respostas e desejará, finalmente, fazer as pazes com todas as pessoas que fizeram parte da sua história. Porque, afinal de contas, você carregará elas para sempre, dentro do seu coração e da sua memória.
(…)
Sinopse do filme A química que há entre nós:
Grace Town é diferente. Com suas roupas masculinas, desleixo aparente e uma bengala que leva para todo canto, ela é extremamente reservada, faz perguntas inusitadas e simplesmente não se encaixa em sua nova escola – não que isso seja um problema para ela. Henry Page, por outro lado, é tão comum que chega a ser tedioso e, por motivos que nem ele sabe explicar, se vê cada vez mais atraído pela misteriosa garota.
Você leu o livro? Assistiu o filme? O que você achou?
Confira o trailer desse filme maravilhoso:
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