Eu queria ser menos emotiva, menos desapegada, menos melancólica. Eu queria ter mais coragem, mais garra, mais vontade de apostar, mesmo que fosse na ficha errada. Mas eu quero ter controle. Eu quero que tudo esteja certo. Quero estar sempre aqui. Sempre a mesma coisa. Eu queria ser especial. Mas tudo o que eu consigo ser é maluca.
Tudo é tão pesado. É como se um caminhão de pedras estivesse nas minhas costas. Como se eu estivesse afundando na areia movediça que eu mesma escolhi. Eu queria ser especial, mas eu sou uma esquisita. Essa frase nunca fez tanto sentido pra mim como tem feito ultimamente.
Às vezes eu queria voltar no tempo, para o meu primeiro dia de aula na quinta série. Eu estava assustada, escola nova, pessoas diferentes, mas eu estava tão em paz, porque eu sabia que eu voltaria pra casa depois. Voltar no tempo não tem nada a ver com fazer tudo diferente, porque, honestamente, eu não mudaria nada, tem a ver com o conforto de saber exatamente cada passo que você deu, sentir tudo de novo, a vida, os momentos felizes ou tristes, não importa, tudo é conhecido.
Mas eu sou uma esquisita, eu tenho medo de mudanças. Eu surto só de pensar naquilo que eu não posso controlar. Por isso eu sou assim, tão distante às vezes. Eu só quero ter controle.
Nada é permanente, nada dura para sempre. Eu queria voltar no tempo para esquecer, esquecer que a vida está passando e que um dia eu vou morrer.
Eu queria ser especial, mas eu sou normal como você. Eu tenho medos tão absurdos. Eu queria voltar no tempo e nunca ter desejado crescer.
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Foto de Ike louie Natividad