Lançado originalmente em 1864, enquanto Dostoiévski morava em Moscou e sua esposa estava nas últimas semanas de vida, Memórias do subsolo é considerado por muitos o ponto inicial da segunda fase do autor ― na qual publicaria suas mais aclamadas obras.
Alienado da sociedade e paralisado pelo peso da própria insignificância, o narrador deste livro conta a história de sua conturbada vida. Com fina ironia, ele relata sua recusa em se tornar mais um trabalhador e seu gradual exílio da sociedade que o cerca. Escrita em poucas semanas, esta novela arrebatadora explora, com a maestria única de Dostoiévski, as profundezas do desespero humano.
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As frases mais profundas do livro Memórias do subsolo, de Dostoiévski:
“Juro aos senhores que ter consciência demais é uma doença, uma doença de verdade, perfeita.”
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“Quanto mais eu tinha consciência do bem e de todo aquele ‘belo e sublime’, mais fundo eu descia no meu lodo e mais capaz eu me tornava de me atolar nele por completo.”
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“Não se pode perdoar as leis da natureza nem esquecer, pois, ainda que se trate das leis da natureza, sempre é ofensivo.”
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“Acaso uma pessoa consciente pode respeitar a si mesma, por pouco que seja?”
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“Em breve, inventaremos algum modo de nascer de uma ideia.”
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“Em casa, o que mais fazia era ler. Tinha vontade de abafar com impressões exteriores tudo o que fervilhava incessantemente. E, quanto a impressões exteriores, só me era possível recorrer à leitura. Naturalmente, ela me ajudava muito: perturbava-me, deliciava-me, torturava.”
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“Sou um homem doente. Um homem mau. Um homem desagradável. Creio que sofro do fígado. Aliás, não entendo níquel da minha doença e não sei, ao certo, do que estou sofrendo. Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos. Ademais sou supersticioso ao extremo. Bem, ao menos o bastante para respeitar a medicina. Mas, apesar de tudo, não me trato por uma questão de raiva. Se me dói o fígado, que doa ainda mais.”
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“Esta peçonha dos desejos insatisfeitos que penetraram no interior do ser; em toda esta febre das vacilações, das decisões tomadas para sempre e dos arrependimentos.”
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“O fim dos fins, meus senhores: o melhor é não fazer nada! O melhor é a inércia consciente! Pois bem, viva o subsolo! Embora eu tenha dito realmente que invejo o homem normal até a derradeira gota da minha bílis, não quero ser ele.”
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“O que é melhor, uma felicidade barata ou um sofrimento elevado?”
Autor: Dostoiévski
Editora: Penguin-Companhia