Somos todos covardes, somos todos Amélie

Por que temos medo de arriscar? Por que temos tantos sonhos e vontades, mas ficamos de mãos atadas quando temos a oportunidade de mudar a nossa vida? Por que somos pressionados todos os dias por nós mesmos, se quando decidimos realizar nossas vontades, uma pressão maior ainda cai sobre nossas costas, levando de nós todas as nossas esperanças?

Eu tenho em mim, inúmeras perguntas a respeito de como somos medrosos em relação a vida, e essas perguntas ficaram mais latentes depois que eu assisti o filme ‘O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’.

Amélie é uma mulher esperta, sábia e aprecia a vida, mas quando ela se depara com algo, ou melhor, alguém que ela deseja muito, ela recua, toda aquela esperteza e vontade de ajudar as pessoas se contrai diante de uma única vontade, o amor.

Sobre nossos medos, ficaremos inertes para sempre? Ficaremos presos a uma vida feliz e perfeita, existente somente em nossos sonhos mais profundos?

Eu não sei por que somos tão cuidadosos com nossas escolhas, se querendo ou não, a vida faz o favor de colocar todas as coisas no lugar. Eu não estou falando pra você fazer uma loucura amanhã, eu estou falando pra você pensar mais a respeito de suas vontades. Pare de colocar obstáculos em tudo, não olhe para as coisas impossíveis aos seus olhos, pare de somente sonhar com a vida que você deseja, vai lá e “pegue” ela!

Eu sei que não é fácil, mas a vida vai passar e com ela, os nossos sonhos. Se eu não correr atrás hoje, amanhã pode ser tarde demais. É claro que existem pessoas que, independente, do tempo conseguem o que tanto querem, mas e se eu não conseguir? E se eu fizer parte da porcentagem que não conseguiu o que tanto queria? Onde colocarei minha frustração de ser apenas mais uma pessoa, entre tantas outras que não conseguiram?

“São tempos difíceis para os sonhadores”.

Sabe por quê? Porque nós temos tanto medo do fracasso, que não conseguimos lidar com a possibilidade gritante que existe de nós conseguirmos o que tanto queremos. Amélie tinha medo de amar, e ela sonhava acordada com uma vida que ela tinha tanto medo de conquistar e perder, que preferia nem mesmo, tentar viver.

“Quando o dedo aponta o céu, o idiota olha para o dedo”.

E, em que somos diferentes de Amélie?

Somos todos especiais a nossa maneira, temos nossas particularidades, mas somos tão covardes, que qualquer vento contrário, atrapalha nossa vontade de velejar. Olhamos tanto para o dedo, quando colocados para admirar a imensidão do céu, que perdemos todas as estrelas cadentes. Talvez seja o momento de ‘pular sem hesitar’, se é o tempo certo, vai sem medo de fracassar. E se fracassar? Se considere a pessoa mais forte desse mundo, porque em meio a tantos medos e críticas, você teve coragem de, pelo menos, tentar.