Lost In Translation

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Em Lost In Translation, Bob Harris é uma estrela de cinema que está em Tóquio para fazer um comercial de uísque. Charlotte, por sua vez, está na cidade acompanhando seu marido, um fotógrafo de celebridades aficionado pelo seu trabalhado e que a deixa sozinha o tempo todo. Sofrendo com o horário e estranhos em uma terra estrangeira, Bob e Charlotte não conseguem dormir e se encontram, por acaso, no bar de um hotel de luxo. Em pouco tempo, encontram distração, fuga e compreensão um no outro entre as luzes de Tóquio.

É engraçado como um único filme pode conter várias facetas e ser interpretado de diversas maneiras. Eu amo o filme Lost In Translation, é um dos meus filmes preferidos e, por assistir muito, sempre presto atenção em alguma coisa que eu não tinha prestado atenção antes. Dá última vez que falei sobre ele, o assunto em questão foi a solidão dos personagens e como eles se apoiaram mesmo sendo completos desconhecidos.

Mas desta vez, eu gostaria de enfatizar o nome do filme: Lost in Translation. Lost In Translation é uma expressão americana que representa a parte cultural de palavras ou frases que se perde quando é traduzida para outra língua. Mesmo que a tradução seja feita corretamente, algo sempre acaba se perdendo quando tentamos traduzir uma língua. Talvez, isso não faça sentido para você, mas quando paramos para analisar o nome do filme, ele não passa a impressão de ser mais do que um nome qualquer? É como se o nome representasse não somente a parte cultural, mas a vida em si, mesmo conhecendo este mundo a tanto tempo, seguimos perdendo partes de nós mesmos simplesmente porque não conseguimos nos encaixar neste mundo.

No filme, os personagens estão em um país completamente diferente, o choque cultural é enorme e eles não poderiam estar mais sozinhos. Mas o fato é que eles estariam se sentindo sozinhos mesmo se estivessem nos Estados Unidos, porque eles estão passando por uma crise existencial e se sentiriam infelizes em qualquer lugar do mundo. Quando eles se encontram em Tóquio, eles se completam não somente pela falta de americanos no lugar, mas porque ambos se sentem tristes com a vida e acabam se identificando um com o outro.

Se ontem o filme foi sobre solidão, hoje o filme é sobre identificação, sobre olhar para uma pessoa e perceber nela todos os problemas que estão acontecendo conosco. A vida é curiosa às vezes, mesmo estando aqui há tanto tempo, nos sentimos desconectados de vez em quando, como se não soubéssemos falar a língua que nós conhecemos tão bem. Apesar de tudo, seguimos tentando nos habituar a este mundo, mesmo não fazendo ideia do que fazer. Talvez a vida não seja sobre conseguir se encaixar, mas sobre seguir em frente, sobre conseguir se virar, mesmo não entendendo nada do que as pessoas estão falando.

Clique aqui para ler uma outra reflexão que eu fiz sobre este filme que eu amo. ♥

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