Em Vidas Secas, a crueldade da seca e a vida miserável fazem com que uma família de retirantes sertanejos seja obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas do sertão brasileiro nordestino.
O estilo seco de Graciliano Ramos parece transmitir a aridez do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que ali estão. Pertencente à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, esta é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.
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As melhores frases de Vidas Secas:
“Resistiram à fraqueza, afastaram-se envergonhados, sem ânimo de afrontar de novo a luz dura, receosos de perder a esperança que os alentava.”
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“Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça.”
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“Se aprendesse qualquer coisa, necessitaria aprender mais, e nunca ficaria satisfeito.”
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“Ainda na véspera eram seis viventes, contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam descansado, à beira de uma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do amigo, e não guardava lembrança disto. Agora, enquanto parava, dirigia as pupilas brilhantes aos objetos familiares, estranhava não ver sobre o baú de folha a gaiola pequena onde a ave se equilibrava mal.”
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“Na catinga ele às vezes cantava de galo, mas na rua encolhia-se.”
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“Chorou, mas estava invisível, e ninguém percebeu o choro.”
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“O dia todo espiava o movimento das pessoas, tentando adivinhar coisas incompreensíveis.”
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“Nunca vira uma escola. Por isso não conseguia defender-se, botar as coisas nos seus lugares.”
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“A arte é a antítese da sociedade.”
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“Aquele homem era assim mesmo, tinha o coração perto da goela.”
Autor: Graciliano Ramos
Editora: Principis
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