Tudo foi feito para acabar

Quem é você, Alasca?

Quem é você, Alasca? é uma minissérie sobre fins, sobre vida e morte, e sobre ser lembrado. A história acompanha Miles Halter, um adolescente que leva uma vida sem graça e sem muitas emoções na Flórida. Quando ele vai para um colégio interno no ensolarado Alabama, ele conhece Alasca, uma menina inteligente e divertida, por quem ele se apaixona. Como nem tudo são flores, Miles acaba perdendo essa menina especial para um acidente de carro e a partir desse momento ele começa a lidar com o luto e tudo o que ele representa: sofrimento, dor e vazio. Em uma conversa sincera com seu professor de religião, Hyde, sobre como ele está se sentindo, Hyde fala com Miles de uma forma incrível sobre vida e morte, e sobre como tudo foi feito para acabar.

A vida é cinicamente engraçada, ela coloca os humanos em uma espécie de redoma de vidro, sem nenhum tipo de manual de instrução, e acredita que todos eles, sem exceção, conseguirão lidar com a perda e o luto. Mas como lidar com a ausência de alguém que você ama? Como seguir em frente quando o chão que te apoiava foi tirado de você? Como lidar com o fim, se nós conhecemos apenas o começo? Hyde diz a Miles que tudo foi feito para acabar, não só os humanos, mas tudo o que existe neste universo. A cama que você dorme, a coberta que te aquece, o shampoo que você usa, a cadeira onde você se senta. Tudo, absolutamente tudo tem um prazo de validade, por que nós não teríamos?

Mas como fazer seu coração entender que aquela fase acabou? É fácil, na teoria, entender que para tudo existe um começo, um meio e um fim. Agora, tente explicar isso para o seu corpo sem apetite, (que não consegue comer porque ele perdeu alguém), que ele precisa seguir em frente. Tente mostrar para os seus olhos, (que choram sem cessar porque alguém que eles viam todos os dias, se foi), que eles precisam se recompor. Tente explicar para o seu coração (angustiado de saudades), que ele precisa bater alegremente de novo. É impossível, não existe outra forma de lidar com a perda sem o sofrimento, você precisa sentir, você precisa viver aquele sentimento, porque apesar de a morte fazer parte da vida, você não estava (e nunca estaria), preparado para perder alguém que você amava.

Eu desejo para todos nós a paz de espírito do professor Hyde, que apesar de ser um personagem fictício, nos conforta com suas doces palavras sobre a morte. Que possamos entender que nós também vamos acabar um dia e que nenhuma das nossas dores serão eternas. E parafraseando Alvo Dumbledore, eu desejo que exista dentro de nós a estrutura necessária para acreditar que a morte é apenas a aventura seguinte, e que dessa aventura, nenhum de nós conseguirá fugir.

Clique aqui para conferir uma reflexão sobre a Abby, da série Ginny e Georgia. E clique aqui para ler as melhores frases do livro Quem é você, Alasca?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Previous Post
Quem é você, Alasca?

Quem é você, Alasca?

Next Post
me chame pelo seu nome

Me chame pelo seu nome

Related Posts