Às vezes me pego pensando no desaparecimento. No total, silencioso e inevitável desaparecimento. Será que é por isso que eu tenho tanto medo? Será que é a ideia de desaparecer completamente que tanto me assusta? Não sei e talvez eu nunca saiba. Eu só sei que viver me assusta, e isso não significa que viver seja ruim, pelo contrário, viver é bom, o que não é nem um pouco bom é a facilidade com que nos tornamos invisíveis.
Uma vez me disseram que a maioria das estrelas que nós observamos todas as noites no céu, estão mortas, resolvi pesquisar um pouco mais sobre esse assunto e descobri que a verdade é que a maioria delas estão vivas. É possível que vejamos a luz de uma estrela que já morreu há milhares de anos, mas também é verdade que uma estrela vive muito mais do que isso.
“Nós costumávamos olhar para o céu e imaginar o nosso lugar entre as estrelas. Agora, apenas olhamos para baixo e nos preocupamos com o nosso lugar na sujeira.” Essa frase do filme Interestelar nunca fez tanto sentido para mim como tem feito ultimamente. Por que paramos de olhar para o céu? Por que não procuramos mais o nosso lugar entre as estrelas? Por que temos tanto medo? Será que desaparecer dói?
Eu não sei qual é o motivo de vivermos tão atribulados e pode ser que não exista nenhuma resposta para todas as nossas perguntas, mas agora, sentada no meu quarto, me sinto em paz enquanto escuto Liam Gallagher cantar que todos nós somos estrelas e que todos nós estamos desaparecendo. É como se de alguma forma ele cantasse que não adianta nós nos preocuparmos com o desaparecimento, ele é inevitável e chegará para todos nós, porque todos nós somos estrelas, nascemos, brilhamos e morremos. Fim. Desaparecemos.
Não é fácil ter consciência de que em algum momento nós deixaremos de existir, é aterrorizante na verdade. O simples fato de pensar sobre isso me deixa extremamente assustada. Mas e se ao invés de vivermos esperando pelo inevitável fim, nós começarmos a pensar somente na caminhada que nós estamos trilhando? E se nós trocarmos o medo pela esperança de que iremos embora felizes por termos vivido uma vida plena?
Eu sei que dói, viver rodeado de dúvidas é uma das piores coisas que pode acontecer na vida de um ser humano, mas você não está sozinho. Existem mais de sete bilhões de pessoas vivendo neste mundo e todas elas têm a mesma coisa em comum, o medo do desconhecido. Mas vamos parar de pensar sobre isso e focar apenas no que conhecemos? Não é tão fácil na prática, eu sei, mas vamos ter esperança. Esperança de que de alguma forma não seremos esquecidos. Vamos parar de olhar para baixo e esquecer que vivemos na sujeira. Que os nossos olhos se voltem para o céu e continuem a procurar o nosso lugar entre as estrelas.
Venha ouvir que todos nós somos estrelas:
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