Este é o cenário, você teve um namorado especial, tão especial que ao terminarem o relacionamento vocês decidem continuar amigos. Ele é a sua pessoa. Aquele que te anima, que te mima, que faz tudo por você. A vida passa e vocês fazem tudo juntos, viajam, saem para jantar, trocam confidências, a vida é perfeita. Mas um belo dia, após passarem alguns meses sem se encontrarem, ele te liga para dizer que está noivo e que o casamento será dentro de alguns dias. Seu castelo de areia de repente é atingido por uma onda enorme. O que você faria?
Julianne e Michael são ex-namorados que viraram melhores amigos. Eles combinaram que, se ambos continuassem solteiros quando completassem 28 anos, se casariam. Mas, às vésperas da fatídica data, ela recebe um telefonema do amigo anunciando que está prestes a se casar com outra, a charmosa Kimberly. Julianne se descobre apaixonada por Michael e aceita o convite para ser madrinha, mas com a intenção de reconquistá-lo antes do casamento acontecer.
Lembro de ficar com raiva de Michael, durante o filme todo eu sentia que ele estava flertando com Julianne, como se ele percebesse que Julianne o amava loucamente e quisesse que ela continuasse amando, mesmo que ele estivesse de casamento marcado. Mas depois de assistir ao filme pela segunda vez, comecei a enxergar os personagens por outro ângulo e depois de assistir pela terceira, quarta vez, não tive mais dúvidas sobre a mensagem que o filme queria passar. (Para mim, pelo menos!)
É muito óbvio que mesmo estando noivo de Kimberly, Michael ama Julianne. Tem uma cena específica onde os dois estão fazendo um passeio de barco e durante o passeio Michael confessa pra Julianne que ela foi a mulher da vida dele e em um momento, talvez, de fraqueza ele diz a ela que quando se ama alguém, você diz, se não o momento passa. Neste momento é bem claro que ele está praticamente implorando pra Julianne confessar que o ama, mas assim como este momento vem, ele vai embora e Michael se torna consciente de novo de que está noivo de Kimberly e de que ele escolheu isso.
Ele ama a Kimberly, não da forma como ele amou e ama a Julianne, mas ama e se comprometeu com ela. Pode ser coisa da minha cabeça, mas de alguma forma eu vejo que Michael teve responsabilidade afetiva com relação a Kimberly, eles ainda não tinham se casado, ele poderia ter desfeito o noivado, mas como ficaria o coração de Kimmy? Como seria a vida dela depois de ser deixada praticamente no altar?
O filme é muito triste, mas também muito bonito. Ele nos deixa com raiva, mas ao mesmo tempo nos faz enxergar que a vida não é um conto de fadas e que talvez o final feliz seja simplesmente seguir em frente, mesmo tendo uma vontade absurda de olhar para trás. Julianne sempre será a mulher da vida de Michael, mas ele já não é mais um menino e durante o filme ele entende que existem coisas mais importantes do que viver a vida loucamente como se não houvesse um amanhã.
Afinal de contas, a vida real é assim, não é mesmo? Ela é dura as vezes e quanto mais amadurecemos, mais entendemos que não dá para sair magoando as pessoas só porque nós estávamos confusos. Ou viver acreditando que os amores do passado seriam da mesma forma, hoje, como foram um dia. Nós crescemos, mudamos, entendemos um pouco mais sobre a vida e aprendemos que algumas pessoas, assim como alguns momentos, sempre estarão guardados nos cantos mais bonitos do nosso coração, mas é só, não existirá um depois. Assista a este clássico maravilhoso com o coração aberto e você começará a enxergar Michael de uma forma que você nunca tinha enxergado antes.
Vem ver o trailer do filme O casamento do meu melhor amigo:
Você já assistiu o filme A felicidade não se compra? Clique aqui para ler um artigo sobre o filme.